segunda-feira, 21 de maio de 2007

Livros proibidos na ditadura de Salazar expostos no Porto

O Museu Nacional da Imprensa (MNI) vai promover, na Feira do Livro que abre quinta-feira no Pavilhão Rosa Mota, Porto, as exposições «Livros Proibidos na Ditadura de Salazar» e «Gutenberg no cartoon internacional», anunciou hoje fonte do MNI.
A primeira é uma mostra bibliográfica que integra mais de uma centena de livros e outros documentos ilustrativos da acção dos Serviços de Censura do regime de Oliveira Salazar.
A mostra inclui livros censurados, autos de apreensão originais e jornais da época com textos sobre literatura e escritores cortados pelo célebre «lápis azul».
Mário Soares, Manuel Alegre, António José Saraiva, José Cardoso Pires, Raul Rego, Jorge de Sena, Rui de Brito, José Afonso, Ary dos Santos, Fidel Castro e Darwin são alguns dos nomes cujos livros foram apreendidos e que podem, agora, ser vistos nesta exposição.
O anúncio da morte do escritor Alves Redol no Primeiro de Janeiro, um texto de José Saramago no Jornal do Fundão e a entrevista a Aquilino Ribeiro no Jornal de Notícias, foram alguns dos artigos cortados na época e que podem ser lidos agora, na Feira do Livro do Porto.
O Comércio de Gaia, Notícias da Amadora e Voz Portucalense também marcam presença com vários textos visados pela Comissão de Censura.
Tudo o que se referisse a sexualidade, revolução, sindicalismo, liberdade, etc. estava sob a alçada repressiva da Censura e entre as dezenas de autos de apreensão patentes estão alguns do então Ultramar, nomeadamente um de 1965, apreendido em Angola, na Livraria Lello, de vários exemplares do livro «Gabriela Cravo e Canela», de Jorge Amado.
Para o Luís Humberto Marcos, director do MNI, esta exposição pretende «mostrar ao público, a máquina destruidora do pensamento e da literatura que vigorou em Portugal durante a ditadura de Salazar».
«Mais do que documentar os anos em que vigorou a Censura, esta exposição visa chamar a atenção de todos para a importância da liberdade, reconquistada no 25 de Abril de 1974 e cujo 33º aniversário se comemorou no mês passado», afirmou.
O público da Feira do livro poder ver também a exposição «Gutenberg no cartoon internacional», composta por mais de meia centena de desenhos humorísticos sobre o «pai da tipografia».
Os cartoons são provenientes dos vários cantos do mundo, desde a China à Colômbia, e pretendem «ajudar o público a compreender, por detrás do humor, a importância da descoberta da imprensa de caracteres móveis».
Os desenhos foram premiados e escolhidos entre milhares de concorrentes ao II PortoCartoon-World Festival.
O PortoCartoon é um festival organizado anualmente pelo MNI e considerado pela FECO (Federation of Cartoonists Organisations), um dos três principais festivais de desenho humorístico do mundo.
Esta é a segunda participação do MNI na Feira do Livro do Porto.
A primeira teve lugar em 1996 quando, ainda antes da inauguração, o MNI marcou presença com uma exposição de equipamentos tipográficos.

As mostras podem ser vistas até 10 de Junho, no horário normal da Feira do Livro, entre as 16:00 e as 24:00.
Diário Digital / Lusa

Polémica em pintura de muro pelo PCP


A Comissão Concelhia do PCP de Alcobaça achou por bem pintar um mural alusivo ao 25 de Abril. Viu que o muro de suporte do Hospital de Alcobaça não é pintado e tem frases obscenas há mais de dois anos. Só que a pintura dos comunistas foi tapada, segundo sustentam os comunistas, após terem sido pressionados pela PSP.“No dia 23 (de Abril) pintámos o 1º mural. Fomos pressionados pela PSP. Tomaram as identidades dos camaradas “artistas”. Pintaram de branco o nosso trabalho e deixaram as obscenidades. Procurámos dialogar com as administrações do Hospital e da Misericórdia de Alcobaça. Voltámos a pintar na tarde do dia da Liberdade. Voltámos a ser pressionados pela PSP. Voltaram a pintar o 2º mural”, relata Rui Pereira, da Comissão Concelhia de Alcobaça do PCP.“Incomodou 25 Abril? Um cravo vermelho? Direito à Saúde e à Educação? Fascismo Nunca mais? O símbolo do PCP?”, interroga, pretendendo saber quem mandou pintar o mural, por duas vezes em dois dias.E lamenta: “As obscenidades (“c…” e outras lindas “palavras carinhosas) e o resto do muro continuam por pintar”.

33 anos depois...

Celebrou-se, mais uma vez, um pouco por todo o país, mais um aniversário da revolução de Abril de 1974. Foram inúmeros os discursos proferidos, as bandeiras hasteadas e as canções que se trautearam, recordando esse dia em que se reconquistou a liberdade. Também no concelho de Matosinhos e na vila de Lavra este dia foi festejado de inúmeras formas, manifestando-se assim a importância que a Revolução dos Cravos teve e continua a ter para Portugal e para os portugueses.
Na Câmara Municipal as comemorações do 33º aniversário do 25 de Abril iniciaram-se no dia 22 à noite, com o concerto do grupo musical "Vagamundagens", realizado no Salão Nobre dos Paços do Concelho. As celebrações prosseguiram, na noite do dia 24, com a peça de teatro "Ódio", com interpretação de Fernanda Lapa, seguida do concerto dos "Corvos" na Galeria Nave da Câmara Municipal. À meia-noite, de 24 para 25 de Abril, houve ainda tempo para um magnífico fogo-de-artifício. Na manhã do dia 25 de Abril, o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, dr. Guilherme Pinto, associouse às comemorações com o hastear das bandeiras, de manhã, junto aos Paços do Concelho, e com a homenagem ao espírito associativo em Matosinhos, numa cerimónia realizada à tarde, que decorreu com brilho e grande afluência de público, e onde se reconheceu o relevante serviço que o associativismo vem prestando às comunidades. Na cerimónia, presidida pelo dr. Guilherme Pinto - e na qual esteve presente todo o seu executivo -, foram galardoadas as colectividades e movimentos sediados em todas as freguesias do concelho de Matosinhos, e que contam mais de 25 anos de existência. Caso especial foi o da Misericórdia de Matosinhos, cujo provedor, o dr. Manuel Rodrigues de Sousa, no uso da palavra, historiaria o prestimoso contributo que a Santa Casa, ao longo de 400 anos, vem dando em benefício dos mais desfavorecidos, bem assim como o significativo e valioso património que preserva e cuja manutenção é suportada pela instituição. Também Cristina Parafita, em representação da Associação Aurora da Liberdade - e na qualidade de porta-voz dos representantes associativos -, agradeceria ao município esta acção tão dignificante, que se enquadrou na efeméride do 25 de Abril. No tocante a Lavra, foram entregues troféus, pelos 25 anos de fundação, à Conferência Vicentina do Divino Salvador de Lavra, à Associação Recreativa e Cultural de Angeiras e ao Centro Social Padre Ramos; ao Centro de Recreio Popular de Lavra pelos 50 anos; à Associação Recreativa e Social Guerra Junqueiro pelos 75 anos; e também ao Rancho das Sargaceiras e Marítimos da Praia de Angeiras. Na mensagem de encerramento, o presidente da Câmara pôs toda a ênfase no apreço e respeito que o associativismo lhe merece, felicitando os seus dirigentes e demais intervenientes, pelo esforço e pela dedicação sem limites com que se vêm dando a tarefas a que "metem ombros", tantas vezes ingratas e mal compreendidas. O dr. Guilherme Pinto fez ainda questão de dizer que Matosinhos conta com os jovens e com todas as mulheres e homens que desenvolvem actividades associativas, para a elevação das populações e do concelho onde residem ou donde são naturais.

Na vila de Lavra Sessão solene
Na Junta de Freguesia da vila de Lavra, também se hastearam as bandeiras e foi efectuada uma largada de pombos como símbolo da liberdade. De seguida, realizou-se uma sessão pública no Salão Nobre, onde os deputados dos diversos partidos fizeram algumas considerações acerca destas comemorações. Recordando algumas das palavras que ouvimos, salientamos a da deputada do PS, Patrícia Silva: "Pelo peso significativo que esta revolução tem na história do nosso país, temos a obrigação moral de honrar todos os revolucionários de Abril (…) Não podemos permitir que os direitos que foram arduamente conquistados se banalizem". Também Rodolfo Mesuita, presidente do executivo referiu que "esta data deve servir para que todos os portugueses se mobilizem, não só para a concretização de velhos sonhos e promessas (…), mas também para recordar a falta que faz o reforço do poder local para que os mesmos sintam maior igualdade, justiça e segurança". Depois das intervenções, assistiu-se à actuação do Rancho das Sargaceiras e Marítimos da Praia de Angeiras que encerraria com um Porto- de-honra. No final deste dia, realizou- se ainda um jantar de autarcas que teve lugar na ALADI.

O 25 de Abril nas associações lavrenses
Em todas as associações de Lavra se realizaram algumas actividades, relacionadas com a comemoração do 25 de Abril, entre as quais destacamos duas: as da ARCAe o Guerra Junqueiro.
ARCA
As actividades começaram logo de manhã com um cicloturismo, tendo neste também participado a Associação Social e Recreativa Guerra Junqueiro. A volta a Lavra iniciou-se na Junta de Freguesia, passando por Angeiras, Praia de Angeiras, Agudela, Avilhoso, Cabanelas, Paiço, Antela e, por fim, Lavra. Ainda de manhã, houve um torneio de futebol de salão entre os membros da ARCA, na Escola C+S de Lavra. Durante a tarde, realizaram-se jogos tradicionais - bilhar, damas, sueca, dominó e malhas -, que animariam todos os participantes, proporcionando um ambiente de convívio e alegria! Os vencedores destes jogos receberam troféus pelas suas brilhantes actuações. Depois de um dia repleto de desporto, a ARCA ofereceu um lanche a todos os membros que cooperaram nas diversas actividades. A direcção fez questão de agradecer à população de Angeiras que compareceu, respondendo ao apelo feito neste jornal.

Guerra Junqueiro
Foram organizadas várias actividades para os sócios e a comunidade envolvente participarem. Do programa constava um jogo de futsal juvenil, no qual participaram trinta jovens de ambos sexos e com idades compreendidas entre os sete e os doze anos. Foram formadas duas equipas e realizados dois jogos, tendo sido distribuídas medalhas a todos os jovens participantes. No final houve um lanche. Para os mais adultos, foi idealizado um torneio de sueca, que contou com um total de oito equipas. Saíram vencedores Augusto Moreira e Fernando Porreiras, ficando em segundo lugar Isabel Santos e Vítor Paneira. Ainda para aqueles que têm uma boa pontaria, foi organizado um torneio de malha. Oito equipas participaram neste jogo, sendo Jaime Durães e Fernando Porreiras a levarem de vencida os seus adversários, Augusto Silva e Domingos, que ficaram em segundo lugar.

na Escola E.B. 2,3 Dr. José Domingues dos Santos
Aprova de cicloturismo marcou o ponto principal da comemoração, organizado pela turma do 6º B da Escola E.B. 2,3 Dr. José Domingues dos Santos, em conjunto com a Associação Social Recreativa Guerra Junqueiro, a Associação Recreativa Cultural de Angeiras e com a Junta Freguesia da vila de Lavra. É de salientar que esta turma organizadora é a responsável pela dinamização do projecto "Vamos devolver a vida ao rio Onda", que está a ser levado a cabo ao longo do corrente ano lectivo, tendo sido já motivo de notícia neste jornal. Foi a pensar nos conceitos de Liberdade e rio Onda que estes alunos e seus professores organizaram este "passeio" de bicicleta pela vila de Lavra. Com o objectivo de sensibilizar toda a comunidade lavrense para as questões ambientais relacionadas com o rio Onda, partiram sensivelmente por volta das dez horas da manhã, da Junta de freguesia, cerca de setenta pessoas, todas equipadas com camisolas distribuídas pela Junta de Freguesia e alusivas ao projecto anteriormente referido. O 25 de Abril de 1974 deu a todos os portugueses a possibilidade de poderem manifestar as suas ideologias livremente. Mas esta liberdade acaba quando privamos o nosso vizinho da liberdade dele. Ou seja, estes alunos com cerca de doze anos ouvem os seus pais dizerem que quando tinham a idade deles, costumavam ir para o rio Onda brincar, pois ele não estava poluído. Hoje não o podem fazer, porque nós, os adultos, consciente ou inconscientemente, lançamos, todos os dias, para o rio, produtos que estragam a água e, consequentemente, a fauna e a flora existentes ao longo deste curso de água. Na edição anterior de "O Futuro", foi noticiado que o projecto "Vamos devolver a vida ao rio Onda" tinha sido seleccionado para o prémio da Fundação Ilídio Pinho "Prémio Ciência na Escola". Pois este projecto foi premiado por esta fundação, por ser uma iniciativa de desenvolvimento das áreas da Ciência e Tecnologia na escola.

Armando Mesquita, Daniel Silva, Delfim Sol e Mário Quintas