sábado, 17 de março de 2007

Acção antifascista sem confrontos





Um grupo de jovens antifascistas da Faculdade de Letras de Lisboa (FLUL) e da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) juntou-se, esta quinta-feira, para pintar um mural fazendo alusão ao 25 de Abril, numa iniciativa contra as «várias mensagens de cariz fascista», que têm surgido na faculdade.
Pedro Marques, dirigente da URAP afirmou ao PortugalDiário que «os estudantes estão profundamente preocupados com as mensagens fascistas e com as ameaças aos direitos democráticos».
«Estamos aqui para exercer e defender Abril, e dizer que não temos medo e temos coragem de defender os nossos ideais», acrescentou.
À porta da Faculdade de Letras chegaram cerca de 40 elementos do PNR e da JN (Juventude Nacionalista), que em tom de brincadeira afirmaram que se tinham dirigido ali para «beber uns copos» e ver «umas gajas boas».
Mas segundo conseguimos apurar junto de um porta-voz do PNR, que não se quis identificar, o grupo foi ali para «responder a um apelo» feito pela URAP e acabaram por sair desiludidos.
«Afinal isto foi uma farsa do caraças. Vieram aqui para fazer folclore», declarou.
Questionado sobre a possibilidade de surgir algum tipo de conflito entre os dois grupos, o porta-voz assegurou que não estavam ali «para fazer violência».
Antes dos elementos da URAP começarem a pintar o mural, o PortugalDiário tentou falar com a PSP que se encontrava no local, contudo um agente respondeu que não estavam ali por causa de possíveis confrontos.
«Estamos aqui todos os dias a fazer o nosso trabalho. Não sabemos de qualquer tipo de confronto», afirmou o agente.
Contudo, o aparato policial foi grande e um possível conflito foi evitado. Algumas pessoas tiveram que se identificar e soaram algumas «bocas», principalmente quando a policia interrompeu as pinturas.
Pedro Marques explicou que os agentes estavam a pedir para pararem de pintar pois estava a gerar-se um ambiente tenso, contudo os membros da URAP argumentaram que, segundo a Constituição da República Portuguesa, é permitido pintar murais.
«Ficou acordado que só iríamos pintar o muro parcialmente e acabámos por desenhar um cravo que é a melhor forma de representar o 25 de Abril», declarou.

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