O Município de Vila Nova de Famalicão vai prestar um tributo ao cantor e compositor Zeca Afonso, com um concerto em sua homenagem pelo grupo Frei Fado D'El Rei, no dia 25 de Abril, pelas 21h30, na Casa das Artes da cidade famalicense. Este concerto será um dos pontos altos do programa municipal comemorativo do 33.º aniversário do 25 de Abril de1974, a par da inauguração de uma exposição nacional dedicada ao "Centenário da Revolta Académica de 1907", no Museu Bernardino Machado, que estará patente até 2 de Setembro.
Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Armindo Costa, "celebrar Abril é celebrar a liberdade e todos os ideais que lhe estão associados". "Trinta e três anos após a "Revolução dos Cravos", é hoje muito difícil, para as gerações mais novas, imaginar como era Portugal antes de 25 de Abril de 1974", lembra o edil, acrescentando que "para que esta data nunca se apague da memória, a Câmara Municipal promove, todos os anos, um programa comemorativo, celebrando a liberdade e a democracia".
No concerto marcadado para a Casa das Artes, os Frei Fado D'El Rei apresentam o seu novo trabalho, intitulado "Senhor Poeta", com 14 temas de José Afonso, num tributo a propósito do 20.º aniversário da sua morte. O grupo, que tem como fonte de inspiração Zeca Afonso, já tinha em 1994 participado no disco "Filhos da Madrugada".
O concerto irá decorrer no dia 25, pelas 21h30 e pretende recordar um dos maiores símbolos da revolução. Refira-se que a canção composta e cantada por Zeca Afonso "Grândola, Vila Morena" foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime salazarista como uma música associada ao comunismo. Zeca Afonso foi um cantor e compositor, tendo escrito, entre muitas outras coisas, música de intervenção onde criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal desde 1933 até 1974.
As comemorações do 25 de Abril, em Vila Nova de Famalicão, começam pelas 10h00, nos jardins dos Paços do Concelho, com o hastear da bandeira, ao som do hino nacional, interpretado pela Banda de Música de Famalicão. Segue-se uma largada de pombos, como símbolo da paz e da liberdade.
Pelas 10h15, será inaugurada uma exposição documental sobre os acontecimentos que decorreram no 25 de Abril em Vila Nova de Famalicão, intitulada "Somos Filhos da Madrugada", patente no átrio dos Paços do Concelho. Como acontece todos os anos, está agendada, para as 10h30, uma sessão solene da Assembleia Municipal evocativa do 25 de Abril, com intervenções do presidente do município, Armindo Costa, do presidente da Assembleia Municipal, Nuno Melo, e dos líderes dos grupos municipais aí representados: PSD, PS, CDS, CDU e Bloco de Esquerda.
As comemorações do 25 de Abril em Vila Nova de Famalicão ficarão ainda marcadas pela inauguração de uma exposição nacional evocativa do centenário da revolta académica de 1907, a partir da Universidade de Coimbra. O evento terá lugar pelas 18h00, no Museu Bernardino Machado, cujo patrono, que foi Presidente de Portugal por duas vezes, na I República, ficou conhecido como "Paladino da Liberdade". Intitulada "Centenário da Revolta Académica de 1907", a mostra estará aptente até 2 de Setembro, reunindo um conjunto de documentos, alguns inéditos, como cartas, fotografias e postais alusivos a este episódio da sociedade portuguesa, para além de uma cronologia explicativa do despoletar dos diversos acontecimentos.
O PERCURSO DOS FREI FADO DEL REI
Surgidos em 1990, os Frei Fado d'el Rei construíram o seu projecto em torno de raízes diversas. Mais do que mistura de géneros e feitios - essa evolução obedeceu a um processo natural de fusão, entre música popular, o fado e o flamenco.Nos finais de 1995, após um longo período de maturação, os Frei Fado d'el Rei editam o seu primeiro CD, "Danças no Tempo". Este trabalho foi objecto de críticas positivas pela comunicação social e obteve um acolhimento igualmente entusiástico por parte do público. Com um espectáculo de contornos clássicos, mas com uma abordagem moderna, locais não convencionais, castelos, velhos teatros, mosteiros, tornam-se o palco de eleição para as actuações do grupo.
O segundo trabalho dos Frei Fado d'el Rei "Encanto da Lua" surge em 1998. Conta com a participação de Vitorino na faixa "Ramo Verde" e da cantora galega Uxia. Evidenciando uma maturidade crescente, a inclusão de novos instrumentos, como o bandoloncello, e os samplers, veio reafirmar o som e a personalidade muito própria desta banda. Os Frei Fado d'el Rei são: Cristina Bacelar, Guitarra Classica, Voz, Coros e Tréculas; José Flávio Martins: Baixo Acústico, Bandoloncelo, Voz, Coros e Adufe; Zagalo (José Figueiredo): Percussão; Quico: Teclados, programações, Sampling, Percussões, Voz e Coros e Carla Lopes: Voz, Coro, Adufe e Pandeireta.
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